domingo, 6 de setembro de 2009

As manchetes deste domingo

- Globo: Mais da metade do cerrado brasileiro já foi desmatado

- Folha: Brasil vai fechar com França maior contrato militar

- Estadão: Governo freia concessões para infraestrutura

- JB: Exclusivo – Brasil já sabe fazer a bomba atômica

- Correio: Crime da 113 Sul – Casal Villela pode ter sido morto por encomenda

- Veja: Alcoolismo – É possível prevenir a doença sem cortar a bebida

- Época: Pré-sal – Dádiva ou ilusão?

- IstoÉ: Olhe-se no espelho e descubra como melhorar a autoestima

- IstoÉ Dinheiro: O homem de R$ 20 bilhões

- CartaCapital: Tudo igual, 56 anos depois

- Exame: A nova economia americana

sábado, 29 de agosto de 2009

LEI - Cantinas livres de gordura

LEI - Cantinas livres de gordura

Comunidade escolar aguarda sanção de proposta que proíbe a presença de frituras, balas e refrigerantes nas cantinas e lanchonetes das redes pública e particular de Minas Gerais

Flávia Ayer


"Educação não é por decreto, mas sim por conscientização", Gladson Reis, estudante

É melhor esquecer as coxinhas na hora da merenda. Minas Gerais está próxima de pôr fim às guloseimas nas escolas do ensino infantil ao médio, na rede pública e particular. Hoje o governador Aécio Neves deve sancionar a lei originária do Projeto 898/07 que veda, nesses estabelecimentos, o comércio e fornecimento de produtos com poucos nutrientes e alto teor de calorias, gordura saturada, gordura trans, açúcar e sal. A ideia é afastar o perigo da obesidade infantil, que já atinge uma em cada 10 crianças brasileiras, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Uma vez aprovada pelo governador, a lei passa a valer seis meses depois de sua publicação. Isso significa que em fevereiro do ano que vem já não será mais possível ver nos balcões das cantinas mineiras itens como frituras, balas, chocolates e refrigerantes. Lanchonetes de escolas só terão espaço para comidas e bebidas saudáveis, como sucos, frutas e salgados de baixa caloria. Quem desrespeitar a norma estará sujeito a multas e outras penalidades previstas na legislação sanitária.

Autor do projeto Merenda Saudável, o deputado Délio Malheiros (PV) defende que a escola é local para educação alimentar. “A desnutrição era um problema sério, mas agora o que tem crescido é a obesidade entre as crianças. O aluno tem a escola como referência e pode levar o hábito saudável para casa”, afirma. Segundo o deputado, o projeto foi analisado pelo executivo e será sancionado nas próximas horas. Ele explica que a descrição específica de quais alimentos serão vetados vai constar no decreto que regulamentará a lei. O deputado também comenta que será preciso aumentar a fiscalização para coibir a presença dos tradicionais baleiros que permanecem nas portas das escolas.

Apesar de saborosos, doces e frituras podem levar ao desenvolvimento de doenças como infarto, câncer, diabetes, entre outras. E, na infância e adolescência, problemas com o excesso não são mais leves do que na idade adulta. De acordo com o membro da Academia Mineira de Medicina, Ênio Cardillo Vieira, uma criança gorda tem a atividade cardíaca como de uma pessoa de 45 anos. E é complicado reverter o problema. Metade das crianças obesas permanecem dessa forma quando adulto. O adolescente obeso tem 80% de chances de ser assim durante toda a vida. “Um estudo norte-americano mostrou que, se há uma lanchonete no raio de 200 metros da escola, estudantes são mais gordos”, conta.

Contra a obesidade, segundo Ênio, não há mistério: frutas e verduras são liberados no cardápio, ao contrário de alimentos ricos em gordura e produto animal, como refrigerantes, frituras, balas e até o misto-quente. “A merenda escolar ideal seria aquela com peixe ou frango, além de frutas e hortaliças. Muitas vezes, os pais não têm controle. Se não cortarmos o mal pela raiz, a criança vai se tornar um adulto obeso”, alerta o médico.

Polêmica entre alunos

Landercy Hemerson


"Queria poder decidir sobre o que eu quero comer na escola", Tatiane de Jesus, estudante

A lei que promete mudanças profundas no cardápio das cantinas escolares divide opiniões entre os principais interessados: os alunos. Gladson Reis, de 18 anos, presidente do Diretório Estudantil do turno da noite da Escola Estadual Milton Campos (Estadual Central) se diz a favor de uma alimentação saudável, mas critica o projeto Merenda Saudável. “Educação não é por decreto, mas sim, por conscientização”, reclama Reis, que diz que não houve uma consulta entre os estudantes.

Tatiane Martins de Jesus, de 17, explica que no segundo semestre a cantina do Estadual Central foi fechada. “Passaram a oferecer merenda pública de graça. No cardápio tem pratos como sopa, arroz e feijão, entre outros, que é bom para quem vem do trabalho e não lanchou. Queria poder decidir sobre o que eu quero comer na escola, pois faço isso o dia inteiro, sem interferência do Estado”, aponta.


"Acho ruim não ter opção nas escolas. Vamos ter que comer na rua", Roosevelt Pereira, estudante

Roosevelt Leandro Pereira, de 18, já faz planos de driblar a nova lei. “Acho ruim não ter opção dentro das escolas. Vamos ter que comer na rua, muitas vezes aquele cachorro-quente de carrinho, como tem sido”, explica.

O estudante universitário Lucas Canabrava, de 19, com uma lata de refrigerante e um tortinha de frango na mão, ficou dividido. “Penso que devem ser oferecidas opções de alimentação saudável. Cada um escolhe o que vai comer. Eu, desde criança, sempre comi salgadinho e bebi refrigerante na escola e não estou obeso”, justificou.

Fonte: Estado de Minas

segunda-feira, 24 de agosto de 2009